Destaque da próxima temporada do Batalha Centro de Cinema, a retrospetiva “Nagisa Ōshima: Cerimónias de Transgressão” apresenta, entre 11 de setembro e 20 de novembro, uma seleção de obras do cineasta japonês com curadoria de Miguel Patrício.

Sempre acompanhada por escândalos e polémicas, inclusive um processo em tribunal por obscenidade após a estreia de “O Império dos Sentidos”, a premiada filmografia de Ōshima ficou também marcada por colaborações com figuras como David Bowie e Ryūichi Sakamoto.

Entre 5 de setembro e 15 de dezembro, o ciclo Sob a Superfície: A Piscina no Cinema explora a forma como as piscinas foram sendo representadas no cinema e transformadas em veículos para reflexões sobre corpo, desejo, morte, comunidade, classe e ecologias.

O programa apresenta uma seleção de obras, desde os anos 30 até à contemporaneidade, que atravessa diversos géneros e estéticas, do filme de artista ao musical aquático.

Serão apresentados filmes de Anna Muylaert, Barbara Hammer, Bill Viola, Céline Sciamma, Frank Perry, Henri-Georges Clouzot, Jean Vigo, Jerzy Skolimowski, Leopoldo Torre Nilsson, Miguel Gomes, entre outros cineastas.

A retrospetiva dedicada a Ken Loach, iniciada em maio, continua até 20 de novembro com mais 10 longas-metragens, realizadas entre o final dos anos 90 e o ano passado, incluindo duas das obras galardoadas com a Palma de Ouro em Cannes: “The Wind that Shakes the Barley” (2006) e “I, Daniel Blake” (2016).

O projeto Vizinhos — um programa de ligação entre o Batalha e quem habita na sua proximidade — regressa a 14 de setembro com “Vai e Vem”. A partir das 17h30, o público será convidado para uma deambulação fílmica pelos arredores da Praça da Batalha onde estarão em exibição obras da Filmoteca do Centro de Cinema em oito locais “vizinhos”, entre lojas, cafés, espaços comerciais e culturais.

A 18 de setembro, o Batalha recebe o programa satélite do projeto da Catalunha na Bienal de Veneza, concebido por Carlos Casas e Filipa Ramos. Neste âmbito, será apresentada uma masterclass e uma talk do músico Chris Watson (Cabaret Voltaire) e o filme “Cemetery”, de Carlos Casas.

Nas Sessões Especiais, destaque para a exibição — a propósito do World Day for Audiovisual Heritage — de “Godzilla”, de Ishirō Honda, num novo restauro que assinala o 70.º aniversário do filme, e para o filme surpresa de Halloween, programado por Guilherme Cobretti e Jay Toso (quizmasters do Batalha).

Será ainda apresentada uma sessão especial que assinala os 50 anos do desaparecimento do mestre italiano Vittorio De Sica com “La ciociara” (Duas Mulheres), protagonizado por Sophia Loren e Jean-Paul Belmondo.

A 19 de setembro, em parceria com a Solar Galeria de Arte Cinemática, inaugura a exposição “O que aconteceu ainda está porvir”, da artista Ana Vaz, com a exibição do filme “Meteoro”.

Entre 5 de setembro e 30 de novembro, é também apresentada a exposição “Cine-fotonovela: Um tipo de cinema esquecido na impressão”, que inclui uma conversa com o curador Jan Baetens e a exibição do filme La jetée, de Chris Marker.

A 13 de outubro, a obra do estúdio portuense BAP Animation Studio é exibida no programa Coletivos numa sessão com curtas-metragens de Alexandra Ramires, Alexandre Siqueira, David Doutel, Vasco Sá e Laura Gonçalves, entre outros realizadores.

O programa Luas Novas, dedicado a nomes emergentes do cinema português, é dedicado a Catarina Sousa, em outubro, e Marcelo Tavares, em novembro.

Tesouros do Arquivo — programa em que se apresentam filmes recentemente restaurados — traz em outubro duas obras que abordam a Segunda Guerra Mundial e os seus efeitos. Em novembro, é revisitada a Palestina e o tema do colonialismo com filmes de Ali Siam, Heyni Srour (que estará no Batalha para uma conversa após a sessão), Ismail Shammout e Lionel Rogosin.

O programa das Matinés do Cineclube do Porto inclui um conjunto de obras centradas em narrativas criminais — com Luis Buñuel, Orson Welles e um filme realizado em conjunto por Claude Chabrol, Jean-Luc Godard, Ugo Gregoretti, Hiromichi Horikawa e Roman Polanski. Em outubro, o formato do musical é recuperado com a exibição do clássico “Les parapluies de Cherbourg”, de Jacques Demy, e “Cover Girl”, de Charles Vidor.

As Sessões para Famílias partem do ciclo “Sob a Superfície: A Piscina no Cinema” para apresentar um conjunto de filmes que explora a diversão dos mergulhos, mas também a piscina enquanto local de encontro com os corpos, receios e desafios.

Em novembro, a propósito da retrospetiva dedicada ao cineasta japonês Nagisa Ōshima, é proposto um filme de Shinji Sōmai sobre o crescimento e a transformação de uma criança.

O trimestre de setembro a novembro será marcado pelo acolhimento dos festivais e mostras de cinema: BEAST, Queer Porto, Family Film Project, Festa do Cinema Francês, MICAR e Porto/Post/Doc.

Destaque ainda para a abertura de inscrições para os grupos Porto, Texas (cinefilia) e Supernova (para cinéfilos dos 16 aos 22 anos), para a 2.ª edição do curso de Cinema do Porto e a 3.ª edição do curso de Crítica de Cinema.