Crescemos a ouvir que para se manter uma mente sã é fundamental um corpo são. Para muitos, o exercício físico é rotina diária, um passatempo favorito ou uma (boa) obrigação semanal. Há quem encare esta prática como a forma de aliviar a tensão do dia a dia ou uma forma de cultivar um estilo de vida saudável. Acompanhámos uma (exigente) aula de intense fit na Piscina da Constituição e comprovámos o que faz mover Sofia, Paulo e Luís na busca dessa felicidade e bem-estar. Exemplos que destacamos neste Dia Mundial da Atividade Física e na véspera do Dia Mundial da Saúde, que se assinala nesta sexta-feira.
Faltam ainda 15 minutos para a hora marcada. O calendário aponta as 10h15 como hora de início. Há já quem espere, de garrafa na mão, toalha à volta do pescoço, e aproveite para colocar alguma conversa em dia com quem chega mais cedo. Alguns saíram do ginásio, uns metros acima, e aproveitam para fazer um pequeno intervalo entre aulas. Há quem só agora chegue para uma manhã que está apenas a começar. Em pé, com a porta ainda fechada, vão mexendo as pernas para que o corpo se adapte à motivação. São cada vez mais, minuto a minuto.
Em redor, a correria habitual de um sábado de manhã na Piscina da Constituição, subidas e descidas de escadas, entre aparelhos, aulas e um sem número de atividades. A sessão que se segue promete ser desgastante: intense fit. Desgastar o corpo para aumentar a leveza da mente, contribuir para uma mente mais sã num corpo que procura trabalhar o bem-estar.
São agora 15 os utentes, as portas abrem. Pedro Paiva é o professor destacado para esta aula. Cumprimenta quase todas pelo nome. “Há aqui pessoas de todas as idades, há utentes mais velhos e malta mais nova, o que nos coloca o desafio de adequar as aulas ao público que nos procura”, diz-nos, logo acrescentando que “esta aula vai ser uma experiência diferente para cada participante”.
Um tapete de espuma, halteres de diferentes dimensões, um kit especial para cada um. Tudo a postos, começa a aula. A música sobe, a voz de Pedro soa ainda mais alto, como um grito de guerra. É tempo de seguir as ordens, há 45 minutos pela frente.
“Rigor…”
Quanto o relógio marca as 7 da manhã, sai de casa. Todos os dias a rotina repete-se, mesmo que a manhã ainda não se veja ou as temperaturas registem valores negativos.
Depois de uma pausa forçada de dois anos, que prefere referir como um passado que não contribui para este presente, retomou o velho hábito e transformou-o num renovado normal. “E voltar com esta intensidade, todos os dias, nem sempre é fácil. Mas o importante é nunca desistir”.
Sofia Costa tem 44 anos, muitos deles passados em contacto diário com o exercício físico, em diferentes modalidades. Começou a frequentar a Piscina da Constituição apenas como espectadora, “uma mãe que acompanha o filho às aulas de natação”, mas depressa percebeu que também havia atividades em que podia inscrever-se.
Para além do treino individual, é uma das presenças regulares nas aulas semanais de intense fit e cycling. Hoje está cá, como se de rotina se tratasse. “Começo o dia muito melhor, muito mais bem-disposta, com outro astral”, atira, enquanto tenta controlar a respiração.
Treinar custa, mas tudo é uma questão de hábito. “É mais difícil ao início, mas o segredo é não desistir. E depois vai tudo ao sítio”, resume.
“… empenho…”
Há oito anos que a Constituição passou a ser um dos pontos de paragem semanal de Paulo Assis, de 50 anos. Entre o trabalho, a casa, os momentos de lazer e os hobbies, o desporto nunca falha. É fundamental e não perde uma aula de intense fit. “E pilates”, assegura.
Este não é o único dia em que passa alguma horas no complexo desportivo. “Tento vir duas a três vezes por semana”, escolhendo sempre atividades diferentes por forma a completar um programa de exercícios mais diversificado.
“Mas as aulas de intense fit são aquelas onde sinto que o meu corpo é levado ao limite”, revela Paulo, visivelmente agastado com os últimos minutos de exercício. Nada que o desmotive, antes pelo contrário. “Acordo mais bem-disposto e estas aulas são muito importantes para melhorar ainda mais a minha semana”. Semana que já não consegue imaginar sem o desporto.
“… e disciplina”
Se dúvidas houvesse sobre as mais valias de uma prática regular de desporto, Luís Batista dissipa-as logo à partida. “Comecei a dormir melhor e com mais qualidade”. E tudo devido às “aulas de cardio e musculação, aulas de grupo de intense fit e cycling”.
Aos 45 anos, esta bem pode ser uma história com final de capítulo feliz, de alguém que ganhou “qualidade de vida com a prática regular de exercício físico”, o que contribuiu para uma melhoria “física e psicológica”.
Hoje Luís dá menos importância ao que não importa e foca-se no que realmente é essencial, com “foco no bem-estar e no que é melhor para a saúde”.
“E acho que as pessoas deviam sempre experimentar, mas mais que uma vez. É normal que se sintam frustradas com o cansaço dos primeiros treinos, mas com o poder do tempo vão dar valor ao esforço que aqui se faz”, motiva Luís.
Texto: José Reis
Fotos: Andreia Merca