As comemorações da Revolução dos Cravos, no Porto, incluem também o habitual desfile, jogos tradicionais e mais música ao vivo.
A Avenida dos Aliados volta a ser o ponto central da festa, dividida como é costume entre a noite de 24 e a manhã e a tarde do feriado.
Uma homenagem a Carlos Paredes, em ano do centenário do seu nascimento, dá início às celebrações, a partir das 22h00 de quinta-feira. Numa breve interpretação, o trio formado por Agustin Lassalle, na guitarra clássica, Ângelo Santos, no clarinete baixo, e Eduardo Baltar Soares, na guitarra portuguesa, vão evocar um património musical que contribuiu para a banda sonora de um país em construção. “Variações sobre o Mondego”, de Gonçalo Paredes, “Porto Santo” e “Dança dos Camponeses”, ambos de Carlos Paredes, e ainda “Portugalicia”, de Alcino Frazão, serão os temas apresentados.
Segue-se, às 22h15, o concerto de Capicua. A autora portuense vai apresentar-se ao vivo nos Aliados semanas depois de lançar “Um gelado antes do fim do mundo”, o seu mais recente álbum.
A antecipar o fogo de artifício da meia-noite, haverá ainda, a partir das 23h40, uma atuação do também histórico Coral de Letras da Universidade do Porto, fundado em 1966 pelo maestro José Luís Borges Coelho e dirigido há dois anos pelo maestro Pedro Guedes Marques.
No feriado de 25 de Abril, a animação começa logo às 10h00 na Praça do General Humberto Delgado, com jogos tradicionais para todas as gerações.
Depois do almoço, às 14h30, realiza-se a tradicional homenagem aos resistentes antifascistas, no Largo de Soares dos Reis (junto à antiga sede da PIDE). Dali partirá depois o Desfile da Liberdade rumo aos Aliados, com passagem pela Avenida Rodrigues de Freitas, Rua de D. João IV, Rua de Santo Ildefonso, Rua de Passos Manuel, Rua de Sá da Bandeira, Praça de D. João I e Rua de Rodrigues Sampaio.
Ao palco da avenida volta a música a partir das 15h00, com uma apresentação do projeto Cantar Abril. Formado apenas em 2024, por utentes da Associação dos Albergues Noturnos do Porto e técnicos de intervenção social, o grupo vai recriar músicas que marcaram a Revolução e a defesa dos direitos humanos, com novos significados, sob o lema "Se Abril se cumprisse, o nosso teto não era a rua.”
Uma hora depois, há uma intervenção da Comissão para as Comemorações Populares do 25 de Abril.
E às 16h15, a encerrar a programação, chega o concerto dos Retimbrar. Três anos depois da edição do seu segundo disco, “Levantar do Chão”, o grupo de oito músicos convida os Aliados para um baile de música tradicional portuguesa, prometendo revisitar ainda peças menos conhecidas de compositores como José Afonso e Carlos Paredes. Para ajudar a festa, os Retimbrar convidam os
Mareantes do Rio Douro, as Suspiro e o Grupo de Percussão da Escola Cardo-Amarelo para esta atuação especial.
As celebrações oficiais do Município do Porto são promovidas em articulação com a Ágora e a Comissão para as Comemorações Populares do 25 de abril.
Texto: Francisco Ferreira
Fotos: Nuno Miguel Coelho e Andreia Merca