O programa do Batalha Centro de Cinema para os próximos três meses já está disponível.
Entre os destaques, estão o ciclo Harlem Renaissance, uma celebração da "Idade de Ouro" da cultura afro-americana; a maior retrospetiva em Portugal dedicada ao icónico cineasta espanhol Pedro Almodóvar; e a estreia de X-Novo, um programa quinzenal que traz ao Porto filmes inéditos na cidade.
De 8 de fevereiro a 16 de abril, o ciclo Harlem Renaissance celebra a “Idade de Ouro” da cultura afro-americana que teve como protagonistas Langston Hughes, W. E. B. Du Bois e Zora Neale Hurston (na literatura e no pensamento crítico), Duke Ellington, Billie Holiday e Ethel Waters (na música), e Oscar Micheaux e Josephine Baker (no cinema), lançando as bases para o Movimento dos Direitos Civis. A sessão de abertura assinala o centenário de “Body and Soul”, de Oscar Micheaux, obra seminal do cinema negro, com apresentação do cineasta norte-americano Billy Woodberry.
Segue-se um ciclo dedicado a Pedro Almodóvar, entre 21 de março e 9 de julho. Esta, que será a maior retrospetiva em Portugal centrada no icónico cineasta espanhol, percorre 45 anos de carreira ao longo de 23 filmes, incluindo obras raramente exibidas. A retrospetiva abre com duas sessões de homenagem à atriz Marisa Paredes com a exibição de “Todo sobre mi madre e Tacones lejanos”.
Até 26 de fevereiro, a parte final da retrospetiva Alice Rohrwacher: Contos Maravilhosos apresenta algumas das obras que consolidaram a filmografia da cineasta italiana, entre as quais “Lazzaro felice” e “La chimera”, e uma seleção das suas curtas-metragens, incluindo o recente “Allégorie citadine”.
A partir de fevereiro, o Batalha Centro de Cinema estreia X-Novo, um programa quinzenal com filmes que se destacaram em importantes festivais de cinema internacionais, mas que ainda não tiveram exibição em festivais e distribuição comercial no Porto.
Desenvolvido em colaboração com um grupo de programadores — Adam Piron (Festival de Sundance), Daniel Ribas (Curtas Vila do Conde), Delphine Jeanneret (Festival de Locarno) e Jacqueline Nsiah (Berlinale) —, a proposta apresenta-se como uma janela aberta para as novas tendências do cinema mundial. Na sessão de abertura, a 20 fevereiro, será exibido “How to Save a Dead Friend”, de Marusya Syroechkovskaya, estreado no Visions du Réel. O programa integra ainda “Viet and Nam”, de Tru’o’ng Minh Quý (Selecionado para o Festival de Cannes); “Critical Zone”, de Ali Ahmadzadeh (Leopardo de Ouro no Festival de Locarno); “Pepe”, de Nelson Carlo de los Santos Arias (Urso de Prata para Melhor Realizador na Berlinale); e “Union”, de Stephen Maing e Brett Story (Prémio Especial do Júri no Festival de Sundance).
Nas sessões especiais, serão assinalados o Dia de São Valentim, com “Death Becomes Her”, comédia protagonizada por Meryl Streep e Goldie Hawn; o Centenário de Carlos Paredes, através da exibição de “Mudar de Vida”, de Paulo Rocha, com a presença de Isabel Ruth; e o 75.º aniversário do clássico Sunset Boulevard, de Billy Wilder.
O trabalho da diretora de fotografia Marta Simões e do cineasta Mário Macedo estarão em destaque no ciclo Luas Novas (dedicado a novos cineastas nacionais), a 29 de março e 27 de abril, respetivamente.
Já Tesouros do Arquivo propõe um conjunto de filmes recentemente restaurados que convidam a uma exploração dos recantos mais profundos do imaginário humano. Até abril, o programa inclui filmes de Nancy Savoca, Mike de Leon, Luis Buñuel, Alfred Hitchcock, Niki de Saint Phalle e Satoshi Kon.
Seleção Nacional continua a focar-se no fantástico, terror e no sobrenatural — exibindo obras de Manuel Guimarães, António de Macedo, Bárbara Virgínia, Noémia Delgado, Luís Noronha da Costa e Solveig Nordlund.
Nas Matinés do Cineclube, destaque para a sessão que assinala o 80.º aniversário do Cineclube do Porto com “Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb”, de Stanley Kubrick, a 13 de abril. Nestes meses, o cineclube retoma ainda dois ciclos que exibiu entre nas décadas de 50 e 60, dedicados ao cinema espanhol e à mulher no cinema.
As Sessões para Famílias convidam a uma revisitação dos primórdios do cinema, a entrar no universo musical de Vincente Minnelli e Duke Ellington e a descobrir a obra da pioneira Alice Guy Blanché, num filme-concerto da dupla Von Calhau!, fechando com uma joia do cinema lituano da autoria de Algirdas Araminas.
Em fevereiro, o Batalha acolhe também o Fantasporto, numa edição marcada pelo cinema asiático, e, em abril, o Porto Femme, que lança um olhar às “(In)Visibilidades” no cinema e nos movimentos feministas, com um foco especial no cinema lésbico.
A exposição “Testament E: MF.slow.cancel.2014”, de Tony Cokes, termina com uma conversa entre o artista norte-americano e o cineasta, teórico e artista Kodwo, seguinda de um live act por Kode9, a 15 de fevereiro, com entrada gratuita.
No dia 13 de março, inauguram duas novas exposições: “Melted into the Sun”, uma versão instalada do filme da cineasta e artista uzbeque Saodat Ismailova apresentado na exposição Nebula, durante a Bienal de Artes de Veneza de 2024, coproduzida pela Fondazione In Between Art Film e pelo Batalha; e “O Cinema das Independências”, com curadoria de Kitty Furtado (investigadora e ativista), que destaca o papel da imagem em movimento enquanto ferramenta de resistência e documentação, mas também de propaganda durante o processo de independência dos países africanos.
O programa completo para os meses de fevereiro, março e abril está disponível no site do Batalha. Os bilhetes encontram-se à venda online e na bilheteira do Centro de Cinema.