05/03/2017

Organizada pela primeira vez em 1984, no Mercado Ferreira Borges, a Exposiçãode Camélias do Porto é já um evento obrigatório e de longa tradição na cidade noinício do mês de março, altura em que os jardins do Porto se enchem de camélias,anunciado a chegada da primavera.

 

Emborade origem asiática, há muito que o Porto adotou esta flor como sua, preservandoa sua história e renovando a cada ano a sua íntima ligação à camélia, já portantas vezes apelida de rainha das flores.

 

A curiosidade,o entusiasmo e o empenho que privados, colecionadores, produtores ou simplesadmiradores dedicam a esta cultivar ao longo de todo o ano tem o seu ponto na exposiçãoe no concurso que a Câmara do Porto, juntamente com a Associação Portuguesa deCamélias, organizam anualmente, com um sucesso crescente e uma adesão quesupera recordes a cada edição.


Basta recordar que, no ano passado,quase 15 mil pessoas visitaram a última exposição realizada na Casa deSerralves. Este ano, e pela amostra do primeiro dia, a XXII Exposição deCamélias do Porto poderá mesmo vir a bater este número no final do dia deamanhã.


Tendo este ano por palco o belíssimoPalácio da Bolsa, em pleno Centro Histórico da cidade, o tema da exposiçãodeste ano não poderia ser mais apropriado: "Porto Histórico. Cidade dasCamélias".


Como sublinhou o Presidente da Câmara doPorto, "Porto histórico e camélias são dois temas particularmente gratos aosportuenses, que não abdicam da preservação da sua história e que têm, com estamaravilhosa flor, uma relação que, de tão íntima, chega a ser estranha aosolhos dos forasteiros".


Trata-se de uma relação tão próxima e enternecedoraque faz "já parte do nosso ADN", sustentou Rui Moreira, garantindo que "umacidade viva e capaz de preservar a sua história não é uma cidade parada, comohoje alguns parecem querer preconizar".


"Uma cidade e as suas tradiçõespreservam-se com progresso. Uma cidade que não seja confortável e interessante,moderna, desenvolvida e cosmopolita, definha com uma flor que não seja regada",alertou o autarca.


É, por isso, explica, que "a preservaçãode uma flor - ou de uma cidade - é uma tarefa dinâmica, feita de pessoas, de novaspessoas, de novas flores".


Alertando para o perigo de se poder travareste caminho, ressuscitando Velhos do Restelo, o presidente da Câmara do Portoapontou o exemplo do Ministro do Ambiente, que presidiu a cerimónia deinauguração, como o inverso do mobilismo e da resignação.


"É um imenso prazer estar de volta a umacidade tão vibrante como o Porto. Uma cidade que hoje não é só conhecida pelosseus monumentos e pelo seu património, mas que é também hoje reconhecida pelassuas dinâmicas ambientais", afirmou João Matos Fernandes, elogiando a ambiçãoda autarquia em tornar-se numa cidade cada vez mais sustentável.


O Ministro do Ambiente e o autarca doPorto entregaram, depois, os prémios aos vencedores das três categorias aconcurso nesta XXII Exposição de Camélias do Porto.

O prémio para a "Melhor Camélia de Origem Portuguesa" foi esteano para a Quinta Vilar D'Allen (Porto), enquanto o prémio para "Melhor Camélia"foi atribuído à Casa do Souto (Fafe). Finalmente, para o "O Melhor Arranjo Floralcom Camélia" o júri do concurso premiou o japonês Tatsuya Kanda.


Paralelamente à exposição, que se prolongará até às 19 horasdeste domingo, decorre também no interior do Palácio um Mercado de Camélias eum teatro de sombra japonesas. No exterior, foi também hoje inaugurada umainstalação artística alusiva à flor do inverno, que estará patente até 11 demarço na Praça do Infante, assim como a Mostra de Trabalhos Escolares que, esteano, se distribuirá pelos clássicos candeeiros das ruas das Flores, SousaViterbo, Largo de S. Domingos e Praça do Infante.


A Semana das Camélias vai prolongar-se até 11 de março, comperto de uma centena de iniciativas distribuídas por vários locais da cidade.Veja aqui o programa completo. 

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