27/03/2024

Missão Férias@Porto Páscoa regressa durante quatro dias, aproveitando a pausa letiva para regalo dos mais novos, que se aventuram num conjunto de atividades desportivas e culturais, naquela que é já a oitava edição da iniciativa.

 

Na Escola da Areosa, por estes dias deserta, há um “bater de bola” que contrasta com o silêncio. Com quase 100 crianças e jovens inscritos, que se dividem em turmas de acordo com a faixa etária, as atividades são pensadas para que todos se divirtam. Na tarde do segundo dia da semana (26 de março) os mais novos “saltam” entre o voleibol e o rugby e têm o pavilhão por conta deles, já que os mais velhos dedicam algumas horas à sétima arte num cinema fora dali.

 

 

Laura, Ali e Francisca: os veteranos de palmo e meio

 

Laura tem oito anos e quando lhe perguntamos se é a primeira vez que está na Missão Férias diz-nos prontamente que não. No tom com que nos responde, sentimos que a pergunta foi disparatada, porque é “óbvio” que não é a primeira vez que participa.

 

Laura já é da casa e perdeu a conta ao número de participações, que incluem as edições de Natal e de Verão. As atividades aquáticas são a sua perdição, mas como na Páscoa o tempo não convida a banhos de sol, esta “veterana” de oito anos elege a atividade “dos ovos da Páscoa” como a preferida até ao momento.

 

 

Alasdair (Ali para os amigos) partilha da mesma opinião. Depois de nos soletrar o seu nome, conta-nos que tem sete anos, que frequenta o 2.º ano e que o pai é de Inglaterra.

 

 

Não lhe faltam palavras e ficamos com a certeza de que poderia ficar connosco a conversar durante o resto da tarde. Quer saber porque estamos ali e entusiasma-se quando percebe que vai falar da Missão Férias. Do currículo de Ali contam-se já muitas participações nas diversas edições. Com alguns amigos na “carteira”, há sempre espaço para mais e, por isso, os sonhos são já com o verão e com os mergulhos no parque aquático e nas aulas de surf.

 

 

Francisca tem sete anos e com algumas edições de Missão Férias “no bolso”, relembra-nos o dia passado no parque aquático, no verão passado. Sobre esta semana que antecede a Páscoa, diz-nos que “veio mesmo a calhar, porque para a semana já não conseguiria vir” (até porque a agenda dos mais novos é tão difícil de gerir como a dos adultos). Francisca fala-nos com muito entusiasmo acerca do voleibol e sobre a “manchete” que já consegue fazer bem.

 

“Há uma magia que nos atrai para Missão Férias, tanto para professores como para os miúdos”

 

Marina Caturna faz parte da “família” há oito anos. É um dos professores que durante quatro dias acompanham as crianças, naquela que é já a oitava edição da Missão Férias Páscoa. Considera que os principais desafios estão relacionados com a motivação das crianças e dos jovens, já que “é essencial que eles tenham uma experiência positiva e que se divirtam. Eles precisam de regras, mas estão aqui para brincar”. E se com os mais crescidos, por vezes, o mais difícil é incentivá-los para as atividades, já os “mais pequeninos estão prontos para tudo, mas é preciso ter o dobro dos cuidados”.

 

Ao longo de oito anos, são já muitas as histórias para contar. Dois braços e dois olhos têm de ser suficientes para garantir que tudo corre bem, que ninguém se perde quando as atividades decorrem fora de portas, que todos comem, que não há casacos perdidos ou trocados. A professora acredita que neste tipo de projeto “temos de ter uma grande capacidade de adaptação e de se reinventar, porque os imprevistos estão constantemente a acontecer”, admite.

 

 

Restam ainda alguns de muita animação pela frente, onde haverá tempo para saltos de trampolim, passos de dança, raquetes e volantes e um dia inteiro de aventura fora de portas.

 

Em mais uma edição da iniciativa promovida pela Câmara do Porto, através da empresa municipal Ágora, o propósito continua a ser o mesmo de sempre: “criar memórias felizes e que voltem. E eles voltam”, conclui Marina.

 

Texto: Catarina Madruga

Fotos: Nuno Miguel Coelho

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